quinta-feira, 1 de abril de 2010

Maçã pelo preço de ouro, pois ouro vale mais do que dinheiro!


No próximo dia 3 será lançado o Ipad, o esperado tablet da Apple que todos querem ter por ser lindo e touchscreen. Ninguém sabe exatamente quantas unidades do gadget devem ser vendidas no dia de lançamento entre os preços de $499 até $829, mas, com certeza, vai esgotar. A Apple pretende ainda exportar, principalmente para a Ásia,
cerca de 8 a 10 milhões de iPads em 2010.
Mas quer saber? Isso não importa NADA para os moradores aqui do sul que não terão acesso ao iPad com internet e preço justo. Todo mundo vai ter, menos a gente.

Somos excluídos por algum motivo importante. O Brasil por exemplo é a oitava maior economia do mundo, possui um mercado consumidor enorme que adora comprar porcarias eletrônicas... Mas existe um obstáculo muito maior para a Apple (e muitas outras marcas de eletrônicos) não ter o Brasil como uma opção: os impostos anormais.

E quando digo ANORMAL, não é um exagero. O gráfico (que você pode ampliar clicando AQUI) mostra em várias cores o que quero explicar: Não há lugar que a Apple seja mais cara do que no Brasil. Nesse gráfico eles comparam o preço do laptop mas dá no mesmo se usarem o iPod, o iPhone, o preço do cabo do iPod...


Vou explicar com números (apesar de ser horrível com eles) o tamanho desses impostos. Um iPorcaria custa 100 reais (pense que já convertemos o preço em dólar para real e deu isso). O imposto de importação é de 20%. Então o iPorcaria sobe para 120 reais. Aí tem o IPI, imposto para produtos industrializados, que é calculado nos 120 reais. A taxa do IPI é de 50% então o iPorcaria já custa 180 reais. Depois existe o ICMS (Imposto sobre circulação de mercadorias e serviços) de 18%, então agora o iPorcaria custa 212 reais! Ainda há outros custos para a empresa como o transporte, então óbvio que o preço ainda vai aumentar um pouquinho.

O governo não vê os gadgets como produtos essenciais então não há interesse algum em diminuir essas taxas. Ainda há muita venda irregular no Brasil (leia-se contrabando) e pirataria (espcialmente no caso dos jogos, outro produto taxado sem perdão no país) o que não incentiva qualquer investimento no país. É um ciclo. Não há muita esperança para isso melhorar por enquanto.

No caso do iPad, que têm internet 3G, a coisa é mais complicada. O serviço aqui é bem mais caro que no resto do mundo então, se um dia chegar o tablet no Brasil, será a versão pobre dele e por um preço exorbitante. Viver no terceiro mundo é isso aí.

1 observações:

Anônimo disse...

Vivian, eu sempre achei esses preços esquisitos, mas você conseguiu explicar, em linguagem de idiotas matemáticos, a questão. De verdade!

Fico puta da minha cara de só poder adquirir produtos eletrônicos quando alguém viaja. E a pessoa raramente pode trazer por causa daquele limite TOSCO que se pode gastar em eletrônicos quando se viaja.

1 de abril de 2010 às 08:39

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